No deserto que é o meu ser, na aridez que me povoa, procuro nessa infertilidade, a água para beber, a sombra do grifo que voa, a semente que me fez crescer.
Mas é estéril o meu pensamento, tão vazio e tão oco, nas suas paredes ainda pende, oscilante o meu tormento, que de tanto sei tão pouco, de algo que não se aprende.
Se de mim não sei nada, por mim tudo quero saber. Ó deserto o que me sopras ao ouvido? Como posso eu aprender se o que me dizes não faz sentido?
Estou nú, crú. Quero começar de novo. Quero sair...já aqui!
E é agora, nesta precisa hora, que me vou libertar, que vou poder dizer: Finalmente! Renasci!
texto publicado em: AEQUUM a 8/3/2011
Por cada palavra que nos sai, mil pensamentos a compõem. Desde a sua montagem e contextualização até à sua expressão. A palavra não vale mil pensamentos, a palavra tem um valor não atribuivel quantitivamente, tal como o direito a ela. A PALAVRA é então, uma decomposição do pensamento, apresentada em forma de posta; fatiado. Remontado depois, em estilos e figuras que irão determinar, o quão invisível este deixa de ser e quão vivo se torna. Que respira e transpira.
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