segunda-feira, 18 de outubro de 2010

2º Dia - Uma desagregação humana

A realidade. Tudo aquilo com que nos deparamos diariamente e que entendemos como algo inerente à nossa existência e das quais não temos uma minima autoridade de alterar.

Não alteramos profundamente a realidade mas podemos contestá-la. Com essa contestação, a realidade vai-se adaptando, de forma a aconchegar-se numa nova realidade mais ou menos modelada a favor de quem contesta. Isto não é cem por cento verdade, mas também não terá de ser mentira, nem ficção.

Vivemos numa realidade individualista, apesar desta nossa sociedade super-povoada. Olhamos para os outros, sim, mas apenas com olhos de inveja, de observação materialista, desprezo ou simplesmente indiferença.

No meu humilde ponto de vista, ao vivermos socialmente enquadrados, com tudo o que isso terá de bom e de mau, a última coisa a ser feita, deveria ser o facto de termos este tipo de atitudes.

A um Estado, na sua forma de gestão política, social e tributária, interessa criar seres submissos, ignorantes e sem opinião. Com isso, cria medidas racionais para que tal aconteça. O Estado, que somos nós ou parte de nós, domina mentalidades e reacções, numa forma que de maneira alguma, nos tempos de hoje, será dissimulada. Só não vê quem não quer e só sustenta quem não quer saber, quem não se quer chatear. Chamo a isso apatia social, falta de orientação, falta de educação, conformismo e sei lá que mais.

A dignidade humana, na sua sobrevivência mais básica, é atropelada diariamente sem que ninguém se pareça incomodado com isso. Engraçado. Bate-me que eu gosto, Rouba-me que eu gosto, mas dá-me futebol, televisão, e "música", muita "música". A religião, agora, já não tem o peso que tinha, o que é bastante compreensível. Os valores morais foram-se! Apesar de vivermos ainda numa cultura católica, Jesus é o pai natal que nos traz as prendas, D€us é o capital e os padres, servem só para tansmitir uma mensagem que precisamos de empinar devido ao "status" que gostamos de manter. Bem se esforçam, os padres, para se fazerem ouvir, mas eles próprios já mudaram de Deus, pelo menos uma boa parte.

Isto tudo para dizer que é necessário, urgentemente, mudar de atitude. Não esperar que alguém dê o primeiro passo para o seguirmos, mas sermos nós próprios a dá-lo por nossa iniciativa. Lembro-me de ouvir desde pequeno: "Ah, deixa-te disso. Tu não consegues mudar o Mundo". E não consigo! Mas sei que consigo mudar-me a mim mesmo, pois se não o conseguisse, isso seria de uma gravidade na minha vida, como o colapso do universo.

Pois é urgente mudarmo-nos. Mudar de ambições. Acabar com o endividamento pessoal devido a questões infantis de exigências materialistas. Que me serve ter um carro grande e potente? Um menos potente e mais pequeno não me levará ao mesmo sítio? E por mais tempo, o que me permite disfrutar da viagem e do passeio? De que me serve ter tanta coisa? Que satisfação real me traz o consumismo? Será que não me apercebo de que se trata de uma doença social? É disso mesmo que se trata. Basta entrar numa grande superfície para ver a irracionalidade que lá existe. A doença do quero, quero, quero, apesar de não poder ter tudo, quero tudo e mais algumas botas.

Quando nos formos, nem as botas ficam.

Há que moderar. Há que reformular e reformar estilos de vida, objectivos humanos...HUMANOS DE HUMANISMO!!

Acho engraçado quando me dizem que as pessoas a quem faltam coisas (mesmo isso é tão abstracto), que não as têm porque não querem, não querem trabalhar. Certo é, que mesmo essas pessoas que não trabalham, por razões as quais não me interessam, TÊM COISAS. Têm porque já souberam como entrar no esquema capitalista/materialista/consumista.

TEMOS QUE NOS REEDUCAR!!! TEMOS QUE PRESERVAR A NOSSA HERANÇA BENIGNA, PARA AS GERAÇÕES QUE IRÃO SER O NOSSO FUTURO, AO PASSAR VALORES CORRECTOS. NÃO QUERO CRIAR MONSTROS, NEM CRIMINOSOS. NÃO QUERO CRIAR UM MUNDO EGOISTA E QUE SE AUTO-DESTRUA POR SE CONSUMIR A SI MESMO!

PARA QUEM TEM FILHOS, JÁ SE APERCEBEU DA REALIDADE DENTRO DO MEIO ESCOLAR? JÁ SE APERCEBEU DA FORMA COMO AS NOSSAS CRIANÇAS SE TRATAM UMAS ÀS OUTRAS PELO SIMPLES FACTO, DE POR EXEMPLO, UMA DELAS NÃO TER UMA PLAYSATION, OU PORQUE TEM AS MELHORES NOTAS, OU PORQUE VESTE DIFERENTE, OU POR TUDO, OU POR NADA, OU SÓ PORQUE TEVE O AZAR DE LHE CALHAR A "BOLA" A ELA??? PROVAVELMENTE NÃO TEM NEM NUNCA VIRÁ A TER A PLAYSTAION, O BÓLIDE DO PAI, NUNCA DEIXARÁ DE TER A MELHOR NOTA (FELIZMENTE) E IRÁ APRENDER A DESVIAR-SE DA "BOLA" (OU PIOR, A PASSAR A "BOLA" A OUTRO). SE AMAMOS OS NOSSOS FILHOS, EDUQUEMO-LOS COM AMOR, COM RESPEITO E ELES TAMBÉM O FARÃO!

PORQUÊ ESTA OSTRACIZAÇÃO? PORQUÊ O "BULLING"? JÁ PENSARAM?

ESTAMOS A CRIAR UM FUTURO DE MENTECAPTOS. ESTAMOS A CRIAR UM FUTURO QUE NOS IRÁ DEVORAR COM UMA SÓ ABOCANHADELA (NEM PRECISA DE MASTIGAR).

ESTAMOS A CRIAR UM MONSTRO. SOMOS CADA VEZ MAIS...MONSTRUOSIDADES.

Chamem-me comunista, anarquista, revolucionário, reaccionário, contestatário, nacionalista, burguês, idiota, acéfalo...chamem-me o que quiserem. MAS PENSEM NISTO E MUDEM-SE.

1 comentário:

  1. posso-te chamar josé? estou a brincar

    o "bulling" é uma cagada de um termo inglês que mais uma vez veio provar a falta de originalidade da mentalidade portuguesa, da falta de reais preocupações e, acima de tudo, da grande estupidez em que preferimos continuar odiando o que somos e baixando as calcinhas para sermos outros...

    concordo com praticamente tudo o que está neste post,

    só acho que ja é assim há muito tempo mas, talvez, com uma enorme diferença da capacidade que o modelo capitalista tem, neste momento, de, para além de destruir os pequenos comerciantes locais e uma série de caracteristicas culturais e comuninátirias, mas também de criar a quantidade de imbecis que nos rodeiam ... sejam eles voluntários ou meramente "tapadinhos" e "lavadinhos cerebrais".

    ...
    o estado pode inclusive fornecer drogas para as novas doenças do s.xx (e xxi)
    ...
    estamos, de facto, a crir um futuro de mentecaptos... e, antigamente, os analfabetos tinham sistemas de valores, coisa que hoje não tem lugar nas grandes concentrações urbanas e cada vez menos vai ter...


    existe uma grande nodoa na marca cultural dos ibéricos ... existe uma grande mancha que se alastra graças ao modelo de superprodução americano e das acções "ultra"capitalistas do mercado chinês internacional, entre outras milhares de coisas...

    ... se existem soluções? enquanto acreditarmos em coisas como: o papel do estado; a integração na europa; a moeda única; etc; como modus vivendi portugues, ibérico, etc; vamos continuar a papar com as tretas do "sacríficio à nação" quando Nação é algum que ja´só pertence aos extremistas... no seu imaginário

    não estamos a lidar correctamente com a globalização mas ela está a saber lidar connosco cá com uma pinta

    ;)

    excelente texto

    um abraço

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